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O DILEMA CHAMADO MORTE

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sistemático sobre o dilema chamado morte, ou seja, demonstrar que este assunto ainda é um dilema para a sociedade, como também descrever a importância que este assunto tem para a ciência e para os profissionais que lidam no dia-a-dia com esta temática. A revisão bibliográfica, ou revisão de literaturas foi uma analise qualitativa das amplas publicações concernentes às determinadas área do conhecimento. A escolha pela temática surgiu a partir da necessidade de conhecer a importância que este tema ainda te de ser abordado, pois, o assunto morte continua sendo um tabu. Pretende-se abordar quais estratégias foram criadas ao longo dos anos. Assim sendo, este artigo vem mostrar que o estudo sobre a morte é fundamental e que constantemente é atualizado pela classe acadêmica.

Palavras-chave: Morte. Dilema. Tabu. Sociedade. Ciência.

 

  1. INTRODUÇÃO

A temática sobre a morte ainda gera um tabu, por mais que já existam muitos autores que discutem sobre este assunto, mesmo assim é algo que deixa as pessoas arrepiadas quando adentramos ao tema morte, sendo este um processo universal e inevitável. A morte é um fenômeno que é passivo a muitas interpretações, dentro das quais podendo ser definida pelo conceito filosófico, organicista e legal. (PAZIN-FILHO, 2005)

Com isto, a escolha pela temática partiu do fato que esta é uma questão delicada, cheia de por menores que nos remete também a estudarmos a história da morte nas culturas e povos da antiguidade, como as sociedades antigas reagiam e como tratavam o assunto em suas estruturas sócias. Segundo Mota (2011) já na antiguidade tanto Grega como Romana, os rituais fúnebres eram como um privilégio único que a família ostentava em cerimonia ao seu morto.

Partindo deste principio percebeu-se a necessidade de pesquisar o tema já mencionado, para assim nos fazer refletir a respeito dos impactos que este assunto ainda causa a sociedade, notou-se também a relevância que esta pesquisa contribuirá para o meio acadêmico e aos pesquisadores que se interessa por este assunto.

Esta produção justifica-se para que haja mais pesquisas acadêmicas, quanto para a colaboração de desenvolvimento de mais conteúdos científicos, fazendo assim com que o tema esteja de certo modo atualizado e revisado.

Estudar o dilema chamado morte dentro do sentido de corresponder ao objetivo geral elabora-se os seguintes objetivos específicos: Discutir os estudos sobre a morte, demonstrar que este assunto ainda continua sendo um dilema, descrever a importância da continuidade de mais estudos sobre a temática.

 

  1. A Morte desde a Antiguidade

Desde a antiguidade, nas primeiras civilizações a morte era considerada um evento fascinante que ao mesmo tempo aterrorizava a humanidade, sendo historicamente fonte inspiradora para algumas culturas e religiões. Na Idade da Pedra muitas das pessoas acreditavam que a morte era um tipo de outra vida, com isso, com alguns estudos realizados juntamente com ajuda da arqueologia em diversos lugares, percebeu-se que os povos antigos já faziam seus esforços para dar algum sentido à morte e o morrer (KELLEHEAR, 2016).

Diferente das culturas, as religiões antigas constituíam-se por inúmeras crenças, uma que se pode destacar é o culto aos mortos, a morte desde os primórdios era um tema sobrenatural que direcionou os homens a depositarem suas confianças em mistérios, as praticas religiosas eram desenvolvidas em suas casas e não ao que conhecemos hoje, dentro de instituições, nestas religiões antigas quando alguém falecia, seus familiares prestavam cultos (orações, pedidos e comiam em fartura muitos alimentos) e reverenciavam como se eles fossem deuses.

Já nas religiões Judaicas e cristãs, acreditavam após a morte o corpo voltava ao pó e a alma aguardava a ressureição, a morte para esta religião era entendida como uma passagem para um céu em que se vivia eternamente, a religião judaica acreditava em uma dimensão (céu) para os que eram bons e outra dimensão (inferno) para os maus.

Já para as sociedades antigas, como Grécia e a Mesopotâmia tinham suas peculiaridades em seus rituais fúnebres, pois seus mortos eram cuidados e preparados para os rituais. Caputo (2008) afirma que os ritos na Mesopotâmia os mortos eram tratados com muito zelo e respeito, pois eram trazidos todos os seus pertences (roupas, objetos de uso pessoal e comida favorita) para que em sua travessia do mundo da vida para morte fosse tranquila e que nada lhe faltasse, já os Gregos, segundo o mesmo autor, tinham suas práticas como características culturais em seus ritos fúnebres a cremação do corpo, para que fosse assim marcada uma nova condição existencial destes.

Deste a antiguidade que os homens sempre buscam meios de alcançar imortalidade e com esses pensamentos, de certa forma, tentam desafia-la no intuito de vencer. Na mitologia e nas crenças religiosas há relatos de seres imortais e super-heróis que tinham a juventude eterna (COSTA, 2019, p. 14).

 

Mediante ao que foi exposto, salienta-se que as civilizações ocidentais antigas tinham suas raízes Gregas, sendo que esta muito influenciou outras culturas, sociedades e religiões. As influencias por esta sociedade trouxe mudanças significativas culturais no enfrentamento da morte e do morrer. Nestes períodos foram momentos de crises sociais intensas, gerando mudanças radicais na maneira do homem lidar com a morte. Um aspecto importante a ser lembrado é que o homem antigamente dava preferência em morrer na sua casa perto dos familiares e amigos, tendo assim a oportunidade de se despedir das pessoas queridas.

Já na antiguidade oriental os egípcios foram o principal exemplo de como a morte e os ritos funerários estavam relacionados à sua própria maneira de viver. Os egípcios foram descritos pelos gregos como o povo mais religioso da terra sem nenhum exagero, pois a forma como eles viviam e o respeito dedicado aos mortos estava inserido de tal forma no seu dia-a-dia que uma coisa não estava separada da outra. (SILVA et al, 2017, p. 3).

 

Os egípcios entendiam o processo da morte e o morrer com uma transição desta vida para um paraíso ou para um lugar de tormento, sua cultura cultuava a morte e celebravam aos deuses dos mortos Anúbis[1], acreditava-se que este encaminha a alma dos mortos ao local de julgamento, em que se media em uma balança o coração deste e uma pena, onde se o coração fosse mais leve que a pena a alma seguia para um paraíso, caso a pena fosse mais leve que o coração o defunto era devorado por Ammit[2] (um demônio corpo composto por partes de leão, hipopótamo e crocodilo).

Após este percurso histórico é de suma relevância relembrar que desde o inicio da antiguidade as ideias e impressões que se tinha sobre a morte e as formas que ela representava para o homem com o passar dos séculos sofreram mudanças significativas. Ao contrario, a morte passou a viver e ser parte integral do homem como uma constante ameaça, perseguindo-o e o pegando de surpresa. Segundo Combinato e Queiroz (2006) afirmam com o desenvolvimento das sociedades indústrias e também o desenvolvimento das técnicas da medicina, no período do século XIX, o modo de ver a morte em interação com os pacientes moribundos modificou bruscamente, os autores continuam mencionando que a revolução higienista modificou a separação entre vivos e mortos, fazendo o homem entender que o convívio entre essas duas condições poderiam trazer perigos extremos, contaminação e doenças.

 

2.1 O processo de secularização da morte

As manifestações da morte no passado eram consideradas como um evento natural, reverenciado por algumas culturas e temida por outras, a morte neste contexto moderno passa por transformações, assumindo agora a personificação de algo temido, o homem passa a entendê-la agora como uma vilã. Werlang e Mendes (2014) afirmam que a morte na modernidade passa a ser vista como um rompimento que tira o homem da sua vida normal. Em muitas das vezes uma condição em que ele não vivia na sua vida cotidiana, podendo ocasionar a perda da sua saúde e por fim a morte.

A morte agora é transferida para as instituições, onde estas organizações de certa forma tentam prolongar a vida dos moribundos com o uso da medicalização, diferente do que era antigamente em que os homens optavam em morrer em casa. Costa (2019) afirma que a morte sendo transferida para dentro dos hospitais toma outra definição, onde na maioria das vezes não ocorrendo mais em casa ao lado dos amigos e familiares, este indivíduo em um leito morre solitário.

Segundo Spindola e Macedo (1994) a morte passa de algo que era aguardado e reverenciado a um fenômeno rejeitado. Com o passar dos anos a modernização da medicina e da tecnologia no enfrentar a morte tornou-se como uma batalha que deve ser vencida e não respeitada, pois, os povos antigos respeitavam e cultuavam a morte. Quando o paciente é hospitalizado sofre o processo de descaracterização, deixando de ser chamado pelo seu nome, agora o que o caracteriza é numero de leito, nome da sua doença ou sua condição terminal.

Tal pragmatismo em torno da morte ilustra um processo de racionalização que foi exaurido, mas que se renova, no qual a significação da morte, apesar de ainda ter como pano de fundo o questionamento e a inconformidade com a finitude da vida pode servir de exemplo de como a sociedade moderna, tipicamente capitalista, ressignifica o luto e as condutas em seu entorno, provocando mudanças no establishment sociais. Isso ocorre, por exemplo, quando se identifica nas sociedades hodiernas o afastamento dos vivos em relação aos mortos, pelo menos no que se refere ao seu aspecto mais concreto, ou seja, o tratamento dado aos mortos desde o falecimento até a inumação, que trás à tona mais um elemento vinculado a esse processo de racionalização e secularização da morte: o mercado. (AMARAL MELO, 2017, p.403).

 

Diante do que foi apresentado é perceptível com o passar dos anos e com a chegada da modernidade o cenário de que o ser humano é passível de morrer é substituída pela ideia de imortalidade, ganhando novos horizontes com a evolução da ciência. Utilizando-se métodos cada vez mais sofisticados para prolongar a vida do individuo em condições finais. Neste mesmo contexto podemos também relembrar que na antiguidade quando os homens morriam algumas culturas os cultuavam em ritos para homenagearem os seus mortos, já na modernidade esta prática torna-se assustadora, agora os ritos são menos singelos e mais rápidos. A morte sofreu e continua a sofrer modificações com o decorrer dos tempos, a herança milenar que nos foi dada sofreu um golpe da modernidade, hoje em nossas sociedades cada vez mais se tenta prolongar a vida, os mitos criados pelas sociedades antigas foram deixados para traz e esquecidos.

Com a retirada da morte do meio da sociedade e adicionada às instituições, condicionando-a a uma serie de novos ritos, o paciente em fase terminal é poupado de receber a noticia de sua própria condição terminal, a família é comunicada da situação do seu ente querido. Aos poucos percebemos que a dor que era compartilhada e sofrida em conjunto agora é singular e o sofrimento não pode mais ser prolongado, mas, amenizado o mais rápido possível.

Chega ao fim a morte solene e circunstanciada, em família: morre-se no hospital, símbolo da extraterritorialidade da morte. Sendo a morte considerada obscena e embaraçosa, nada pode deixar de vestígio. (MEDEIROS e LUSTOSA, p. 205).

 

Deparamo-nos com um novo conceito, a institucionalização da morte, outrora a morte era mais presente nas sociedades, como assim podemos dizer: mais próxima, ou seja, domestica e familiar, pois era encarada com naturalidade. Neste contexto o homem era mais livre para pensar em sua morte e como se despediria das pessoas queridas.

  1. As Representações da morte para os homens

Atualmente a morte tornou-se um modelo de condição para se refletir sobre a existência humana, em que seus impactos afetam tenazmente a sociedade, familiares e profissionais da saúde. Segundo Andrade (2012) a morte é a certeza da vida, nas palavras da autora parece ser algo contraditório, mais é a mais pura certeza que já conhecemos e que temos que vai acontecer.

A morte, portanto, levava o individuo a pensar. O cadáver em decomposição sinalizava o fracasso do homem e permitia que este observasse o fim da vida como única e melhor maneira de tomar consciência de si. (DOS SANTOS, 2013, p. 54).

 

A morte agora faz o homem refletir sobre sua condição e a do outro, para tanto este refletir traz ao homem o sentimento de fracasso, frustação e incapacidade por não conseguir prolongar mais a sua existência. Os seres humanos tem o medo de morrer, por isso esse processo de pensar e refletir sobre a sua própria morte causa-lhe desconforto. Kubler-Ross (1998) afirma que a negação ou a negação parcial é utilizada por grande parte dos pacientes ou logo nos primeiros estágios da doença após constatação da sua terminalidade. A negação pode ser entendida como um mecanismo de defesa temporário ou como recusar-se em conformar com uma dada situação, funcionando como um para-choque para absorver os impactos que a noticia deixa ao individuo.

O impacto que a morte traz aos seres humanos, a princípio, é o sofrimento, pois o individuo abala-se emocionalmente com a notícia ou condição em que se encontra, com o passar do tempo e com o processar desta má noticia, ele cria mecanismo de defesa para trazer a ele mais refugio, apoiando-se então na religião. Sendo este momento delicado, o individuo lida com a conscientização da finitude, que deixara de existir[3]. A religião em certo aspecto pode trazer a este individuo um alivio ou mais confiança, para que ele possa assim encarar com mais animo sua condição de finitude.

 

  • Se existe morte, existe luto.

O luto pode ser entendido como uma reação natural após a perda ou rompimento com a pessoa querida, neste processo é comum às pessoas reagirem de inúmeras maneiras, manifestando seus sentimentos de tristeza, raiva ou qualquer outra emoção que venha. Além destes sentimentos comumente aparece o estado de choque, agitação, vazio e solidão que é causado pelo fato de perder algo que lhe trazia bem-estar e agora não estará mais presente.

A definição de processo de luto é bastante complexa na medida em que cada pessoa o vivencia de forma diferente, mediante as culturas, o meio em que esta inserida e o próprio contexto da perda também influenciam a forma como a pessoa vai encarar o luto. (RAMOS, 2016, p. 3).

 

Existem inúmeras publicações que tentam de alguma forma definir o que seja o luto, mas, estas tentativas acabam por delimitar os sentimentos que são passiveis de mudanças e rações, pois os seres humanos reagem a cada situação de uma forma diferente, já alguns autores entendem que ao definir o luto acaba-se reduzindo o homem a algo previsível. A duração deste estado é inconstante e acompanhado de desinteresse pelo mundo exterior, com o passar e o processar destas emoções os choros e a tristeza vão dando lugar a um pensamento de reorganização dos seus sentimentos. É muito importante reconhecermos a dor do outro, fazendo que este manifeste de forma voluntaria seus sentimentos, colocando para fora sua dor, para assim venha sobre ele o alivio de ser ouvido e não julgado.

O luto é vivenciado de maneira singular; não existe um padrão de reações; há variações em intensidade e duração, influenciadas por fatores como o contexto da morte e as características do enlutado. (ACIOLE E BERGAMO, 2019, p. 806).

 

Segundo Mendlowicz (2000) as características do luto e da melancolia podem ser descritas como um profundo desanimo, perda de interesse pelo mundo exterior, incapacidade de amar, sendo que, estas diminuições na autoestima do individuo pode comprometer significativamente sua saúde mental, nesta perspectiva, a dor que é vivenciada pela perda, em algumas circunstancias podem causar desmotivação para a realização de atividades que eram rotineiras, pois estas rotinas podem remeter a lembranças a atividades que eram compartilhadas com a pessoa querida que fosse perdida.

O tempo pode ser o maior aliado a esse processo do enlutado, sendo que, neste desenvolver o que é natural às recuperações lenta e gradualmente pôr, o enlutado deixa de realizar suas tarefas rotineiras, ultrapassando o tempo que pode ser considerável razoável pra que este possa se voltar as suas atividades ultrapassa aquilo que podemos de chamar de luto normal encaminhando-se ao luto patológico.

 

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A morte pode representar muitos aspectos em determinadas culturas e religiões, sabe-se que cada ser a interpreta de maneira singular, pois, cada um percebe de forma que possa representa como algo pavoroso ou como um evento natural. Segundo Muniz (2006) a morte tem que ser lembrada como evento inevitável mesmo que a medicina se dedique em tentar adiá-la, percebe-se que este evento não pode ser simplesmente contornado ou expulso da naturalidade humana, mas que, de alguma forma ele nos encontra, ou, nós o encontraremos.

Para (BORGES; BORGES, 2007) em meados da idade média existia uma grande inquietação em relação à chegada da finitude a vida do homem, analisa-se que não é de hoje que os seres humanos sofrem em relação ao pensamento sobre a finitude, note que o autor declara que este pensamento em relação ao evento natural já era encarado por alguns com muito medo. Estas preocupações com o morrer geraram e continuam gerando angustia ao homem, os ritos desde a antiguidade eram celebrações como ultima homenagem a quem se foi que agora fica na lembrança, Silva (2015) adiciona afirmando que foram criados cemitérios distantes do local urbano, que segundo o mesmo autor era chamado de local de sepultamento do corpo, desenvolvido pelos médicos. A morte minuciosamente foi sendo retirada do ambiente urbano e ocupando espaços mais classificados como o local devido, agora a morte além de ser acompanhada, deveria ser esconda também. Werlang; Mendes (2014) No entanto não discorda dos autores, mas, relembra sobre o fato da morte é, e continuará a ser um fenômeno social e da natureza humana.

A morte é uma peça importante do desenvolvimento humano, pois a mesma não pode ser retirada ou apaga é parte da vida. Neste mesmo pensamento Paizin-Filho (2005) afirma que a morte é parte integrante da vida, o mesmo autor continua esboçando que a morte em algum momento pode ser compreendida para medicina como falha, pois ate mesmo pelo que se entende pela pratica medica é em salvar vidas, prevenção de doenças e do sofrimento e promoção e manutenção da saúde. Pelo que foi exposto pelo autor, à morte pode também entendida como um processo, ao invés de entendermos como um pequeno momento.

A prática de estudar sobre as eventualidades e os processos do morrer como o autor coloca, intensificaram segundo Combinato e Queiroz (2006) depois a Segunda guerra mundial, um ponto importante a ser colocado é que quando se realiza estudos e pesquisas no âmbito morrer coloca-la em definição torna-se uma tarefa difícil, pois ela tem múltiplas representações e facetas culturais, sociais e religiosas.

 

5 METODOLOGIA

O trabalho desenvolvido seguiu uma analise de revisão bibliográfica, ou revisão de literaturas, é um critério qualitativo das amplas publicações concernente à determinada área do conhecimento ou da respectiva temática. Para Gil (2008) a definição de um conhecimento só pode ser classificada como saberes científico, após a identificação as devidas operações técnicas que viabilizem a verificação, ou seja, determinar o método que possa possibilitar à chegada a determinado conhecimento.

A pesquisa bibliográfica procura estudar e discutir um tema com base em referências teóricas publicados em livros, revistas, artigos, periódicos e outros. Buscou-se também, conhecer e analisar conteúdos científicos sobre o determinado tema entre os anos 1998 a 2019, pois como a temática já vem sendo explorada a muito tempo atrás, percebeu-se a importância deste dados para assim compor o respectivo artigo.

A coleta de dados seguiu a premissa de leitura exploratória de todo o material selecionando, aplicando uma leitura seletiva de cunho mais aprofundada das partes que realmente seriam próprias para o desenvolvimento do trabalho. O registro das informações serviu de ferramenta especifica (autores, ano, método e etc.).

Foram utilizados 02 livros, divididos em sobre a morte e o morre, a história social da morte, em idioma em português, suas publicações variam entre 1998 e 2016. Os artigos científicos relacionados ao tema foram acessados na base de dados: Google acadêmico, Scielo (Scientific Eletronic Libray Online), BVs – Psi , publicados nos anos 2000 e 2019, utilizou-se 9 artigos a partir dos seguintes descritores: a morte e o morrer, luto, morte e contexto hospitalar, representações da morte. Utilizou-se 01 monografia disponível na biblioteca da faculdade Pitágoras de São Luís, publicado no período de 2019.

Teve-se o compromisso em citar os respectivos autores utilizados no artigo, respeitando a diretriz da norma brasileira (ABNT), o que foi extraído dos documentos aplicou-se criteriosamente com finalidade cientifica.

 

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

No presente trabalho buscou-se analisar os aspectos do dilema da morte, dentro dos conceitos variados sócias, culturais e religiosos, para assim refletirmos sobre a morte que foi abolida pela sociedade. Procuramos demonstrar que este assunto ainda é um tabu para a modernidade e religiões atuais.

Ressaltamos que neste estudo a analise de alguns artigos, mesmo que antigos, ainda tem suas relevâncias para os dias de hoje como também a quantidade de matérias que estão sendo publicado em torno da temática, isso comprova que mesmo com essa grande quantidade ainda não se chegou a exaustão e fim de assuntos e temas que poderão surgir.

O objetivo deste estudo é de alguma forma compreender porque ainda nos dias atuais as pessoas tentam de certa forma elaborar uma forma de colocar o assunto morte como algo obscuro, sendo que, na trajetória da humanidade a busca interminavelmente por uma explicação concreta para o morrer transpassa o que nos foi doado, naturalidade tornou-se em desespero e sofrimento ao homem, agora busca-se cada vez mais o prolongamento da vida. Silva et al (2017) afirma que a morte transformou-se em um mecanismo onde o morrer só em um leito longe das pessoas queridas e decido pelo medico, que vai decidir a hora certa da sua morte.

 

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a realização do trabalho no campo da tanatologia, assumimos o desafio de buscar artigos e livros relacionados à temática, porém, a presente pesquisa cientifica abordou as questões que envolvem a morte, neste mesmo trabalho tentou-se esboçar alguns tópicos de relevância no dilema da morte, dentre eles pode-se assim apresenta como o contexto histórico e as representações deste dilema para a humanidade.

O desenvolvimento do tema- o dilema chamado morte, nos permitiu enquanto estudante articular muitos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, bem como também aquilo que já lemos em livros, artigos e tentar extrair daquilo que participamos como ouvintes das palestras sobre a temática, para que assim pudéssemos desenvolver da melhor forma o trabalho.

Também ficaram evidentes que no decorrer das inúmeras fases do trabalho, os pontos e subtemas estivessem interligados para dar um sentido na compreensão do tema escolhido, as mudanças envolvidas ao longo dos anos que o assunto sobre a morte sofreu nos faz refletir sobre os impactos que este assunto ainda causa na atualidade, ou seja, apresentar este tema faz com possamos aproximar ou facilitar um dialogo entre dos fundamentos científicos a recursos escassos que estão inseridos dentro da atualidade.

Quando se articulou a proposta com o tema, pensou em produzir uma autorreflexão deste assunto que é de suma importância para a classe acadêmica como para a nossa sociedade.

Espera-se que esta produção possa contribuir de forma significativa para a classe acadêmica e cientifica, onde cada vez mais possamos encontrar mais novos pesquisados com temas novos e pesquisas novas contribuindo para a atualização constante deste tema tão longo e cheio de seus mistérios.

 

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[1] Anúbis – Considerado na mitologia egípcia deus dos mortos, guia das almas no submundo.

[2] Ammit – Na mitologia egípcia era o demônio que devorava aqueles que eram julgados como pecadores.

[3] Para algumas religiões existe uma sequencia, onde o individuo voltar a viver em outra condição e para outras a sua alma eterniza-se em um paraíso chamado de céu.

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