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Compreendendo o Conceito de Autoestima pela Análise do Comportamento

O conceito de autoestima foi desenvolvido pela psicologia e, desde então, tem sido amplamente utilizado em nossas conversas do dia a dia. Com frequência, é considerado como a causa de vários comportamentos, especialmente aqueles que possuem relevância clínica. Alguns exemplos incluem: “Ela não consegue se livrar desse relacionamento abusivo devido à sua autoestima baixa”, “Ele não foi aprovado no concurso porque possui autoestima baixa” e “Ela consegue falar bem em público graças à sua autoestima elevada”.

No entanto, é importante lembrar que a autoestima não é algo fixo e imutável. Ela pode ser influenciada por diversos fatores, como experiências de vida, relacionamentos interpessoais, autoimagem e até mesmo a cultura em que estamos inseridos. Além disso, a autoestima não é necessariamente boa ou ruim por si só, já que pode ser saudável ou prejudicial dependendo do contexto em que é aplicada.

Por exemplo, uma autoestima elevada pode ser positiva em situações em que é necessário confiança e segurança, como em uma entrevista de emprego, mas pode se tornar prejudicial quando se transforma em arrogância e falta de empatia em relação aos outros. Da mesma forma, uma autoestima baixa pode ser um obstáculo para alcançar objetivos e se sentir realizado, mas pode ser uma forma de humildade e autoconhecimento.

A autoestima, de acordo com Guilhardi (2002a), é um sentimento que se origina de contingências de reforço positivo vindas da sociedade. Ou seja, quando um indivíduo exibe comportamentos que são bem vistos pela comunidade, esta oferece um reforço social generalizado positivo. Essa condição pode levar a um aumento no sentimento de autoestima. Por outro lado, comportamentos que não são socialmente aceitos levam a consequências negativas, como punições, e estão associados a uma baixa autoestima.

As várias utilizações do conceito de autoestima se relacionam com outros conceitos, tais como segurança e insegurança; coragem e covardia; timidez e extroversão; autoconfiança ou falta de autoconfiança, entre outros. A apresentação do conceito e de seu antônimo não foi mera coincidência. Autoestima é um daqueles conceitos que inclui tanto sua definição quanto sua oposição. Por outras palavras, a baixa autoestima é o oposto ou a polaridade da autoestima elevada.

Por isso, é importante cultivar uma autoestima saudável, baseada em uma visão realista e compassiva de si mesmo, reconhecendo tanto as qualidades quanto as limitações. Isso envolve cuidar da saúde física e emocional, buscar apoio e feedback positivo de pessoas próximas e desenvolver habilidades e hobbies que nos fazem sentir bem. A autoestima é uma construção contínua e pode ser aprimorada ao longo da vida.

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