RESUMO: A mudança de comportamento alimentar é um desafio complexo que envolve aspectos psicológicos e nutricionais para promover uma mudança duradoura nos hábitos alimentares. OBJETIVOS: Apresentar como estratégias psicológicas e nutricionais podem facilitar a mudança de comportamento alimentar em indivíduos. MÉTODOS: O trabalho e uma revisão bibliográfica integrativa, ou seja, revisão de literaturas, onde buscou-se sistematicamente em livros, artigos, teses, revistas e capítulos de livros indexados nas Fontes informacionais: Google acadêmico, Scielo (Scientific Eletronic Libray Online), BVs – Psi, entre os anos 2017 a 2022, aplicando uma leitura seletiva de cunho mais aprofundada das partes que realmente seriam adicionados, sendo necessário coerência com o tema e os artigos que não tinha proximidade com o tema foram excluídos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A combinação de estratégias psicológicas e nutricionais pode ser eficaz na promoção da mudança de comportamento alimentar, surgindo maior aderência às recomendações nutricionais, redução no consumo de alimentos não saudáveis e melhora na relação emocional com a comida. Além disso, a manutenção dos novos hábitos alimentares sendo mais consistente em comparação com abordagens unicamente nutricionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Haja visto a importância de integrar abordagens psicológicas e nutricionais para promover mudanças positivas no comportamento alimentar para a promoção de hábitos alimentares mais saudáveis e duradouros.
Palavras-chave: Comportamento alimentar; Alimentação saudável; Saúde.
INTRODUÇÃO
A alimentação é um dos pilares fundamentais da nossa existência, influenciando diretamente em nossa saúde física e mental, nosso bem-estar e nossa qualidade de vida (SILVA, 2019). O que ingerimos diariamente não apenas sustenta nossos corpos, mas também desempenha um papel crucial em nossa disposição, energia, capacidade cognitiva e até mesmo no nosso estado emocional. Portanto, não é surpreendente que a busca por hábitos alimentares mais saudáveis seja uma preocupação constante para muitos indivíduos. No entanto, a mudança de comportamento alimentar é frequentemente uma tarefa árdua e desafiadora.
O enfrentamento desses desafios alimentares envolve uma complexa interação de fatores, incluindo nosso biológico, cultura, ambiente social e econômico, preferências pessoais e nosso estado psicológico (ZORZO, 2020). A relação entre a mente e a comida é intrínseca e múltiplos ângulos. As emoções, o estresse, a ansiedade e até mesmo a depressão podem desempenhar um papel crucial nas escolhas alimentares, muitas vezes levando a hábitos não saudáveis e ao consumo excessivo de alimentos prejudiciais à saúde.
Nesse contexto, emerge a necessidade de estratégias que abordem não apenas os aspectos nutricionais, mas também os aspectos psicológicos envolvidos nas mudanças de comportamentos alimentares (VARGAS; DE SOUZA PESSOA; ROSA, 2018). Essas estratégias podem ser vistas como pontes entre a ciência da nutrição e a psicologia aplicada, buscando uma compreensão mais profunda de como nossos processos mentais influenciam nossas escolhas alimentares e como podemos utilizar esses conhecimentos para promover mudanças significativas e duradouras nos hábitos alimentares (COSTA; COSTA, 2022).
MÉTODOS
O trabalho desenvolvido seguiu uma análise de revisão bibliográfica integrativa, ou revisão de literaturas, sendo um critério qualitativo das amplas publicações concernente à determinada área do conhecimento ou da respectiva temática. Diante do exposto, a pesquisa bibliográfica procura estudar e discutir um tema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas, artigos, periódicos e outros.
A coleta de dados seguiu a premissa de leitura exploratória de todo o material selecionado, aplicando uma leitura seletiva de cunho mais aprofundado das partes que realmente seriam próprias para o desenvolvimento do trabalho, as partes ou assuntos que não tinham semelhança com a temática foram descartadas. O registro das informações serviu de ferramenta específica (Estratégias nutricionais, Comportamentos alimentares, Transtornos alimentares etc.). Os artigos científicos relacionados ao tema foram acessados nas Fontes informacionais: Google acadêmico, Scielo (Scientific Eletronic Libray Online), Biblioteca Virtual em Saúde, publicados nos anos 2017 e 2022, utilizou-se 11 artigos a partir dos seguintes descritores já mencionados, teve-se o compromisso em citar os respectivos autores utilizados no artigo, respeitando a diretriz da norma brasileira (ABNT), o que foi extraído dos documentos aplicou-se criteriosamente com finalidade científica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A mudança de comportamento alimentar é um desafio comum e, muitas vezes, intimidador que muitas pessoas enfrentam quando desejam adotar uma dieta mais saudável e equilibrada.
Porém, muitas vezes, as dificuldades não residem na falta de conhecimento sobre o que é saudável, mas sim em superar barreiras psicológicas e padrões de comportamentos alimentares enraizados (SILVA,2019). Felizmente, uma abordagem integrada, combinando estratégias psicológicas e nutricionais, podem ser eficazes nas promoções de mudanças nos comportamentos alimentares sustentáveis. Segundo Costa e Costa (2022) tanto a nutrição comportamental quanto a psicologia comportamental trabalham nas modificações de comportamentos alimentares, modelando os hábitos dos indivíduos as práticas educativas para assim obterem resultado de sucesso.
Diante do que os autores apontam, é importante entendermos a complexidade que envolve nossos padrões alimentares. Escolher uma alimentação saudável não depende apenas do acesso a uma informação nutricional adequada, a seleção de alimentos tem a ver com o prazer associado ao sabor dos alimentos, as atitudes aprendidas e a outros fatores psicológicos, sociais e culturais (ZORZO, 2020). O ato de comer é mais do que simplesmente ingerir nutrientes; ele está entrelaçado com aspectos culturais, emocionais, sociais e psicológicos (SANTOS, 2019). Portanto, a mudança de comportamento alimentar não é uma tarefa simples de seguir uma “lista de regras”, mas sim uma jornada de autoconhecimento, que visa o manejo do comportamento alimentar disfuncional, a partir de um planejamento e acompanhamento de profissionais de saúde.
Antes de iniciar qualquer mudança alimentar, é fundamental estabelecer objetivos específicos e realistas (PEREIRA; MOREIRA; NUNES, 2020). Essas metas podem ser relacionadas à perda de peso, melhoria da saúde ou adoção de uma dieta mais equilibrada. Ter objetivos claros e mensuráveis ajudam a manter o foco e a motivação ao longo do tempo (RAMOS; MUZA, 2019).
Mudar drasticamente os hábitos alimentares de uma só vez pode ser desafiador ao longo prazo. Em vez disso, considere fazer mudanças gradualmente, podendo utilizar técnicas terapêuticas, como a “fading e a time-ou”, técnicas comportamentais, que tem por objetivo ajudar a controlar-se e refletir sobre suas ações. Substituir alimentos não saudáveis por alternativas mais nutritivas ao longo do tempo, dando ao seu corpo e mente a chance de se ajustar (VARGAS; DE SOUZA PESSOA; ROSA, 2018).
O autor mencionar substituição gradativas, ou seja, apresentando alimentos que sejam saudáveis, para isso o autoconhecimento pode desempenhar um papel relevante na mudança de comportamento alimentar. Estabelecer um registro sobre o que você come, quando e por quê. Isso pode ajudar a identificar padrões alimentares prejudiciais, gatilhos emocionais e momentos de compulsão alimentar (PINHEIRO-CAROZZO; DE OLIVEIRA, 2017).
O “comer consciente” envolve a prática de estar plenamente presente durante as refeições (CATÃO; TAVARES, 2020). Isso significa comer devagar, saborear cada mordida e prestar atenção às sensações de fome e saciedade. Essa abordagem ajuda a evitar o excesso de comida, a reduzir a tendência de comer por razões emocionais e a criar uma relação mais saudável com a comida (LUZ; SALOMN, 2021).
O planejamento de refeições é uma ferramenta poderosa para evitar escolhas alimentares impulsivas e não saudáveis (CARNEIRO; DA SILVA, 2019). Criar um cardápio semanal, incluindo uma variedade de alimentos ricos em nutrientes, fazer uma lista de compras para ajudar a manter o foco no que é importante para sua saúde.
CONCLUSÃO
A mudança de comportamento alimentar é uma jornada que exige paciência, autoconhecimento e uma abordagem holística. Estratégias psicológicas e nutricionais complementares são essenciais para enfrentar esse desafio. O autoconhecimento, a definição de objetivos claros, o comer consciente, o controle do estresse e a educação nutricional são ferramentas valiosas para alcançar o sucesso na mudança de comportamento alimentar.
Lembre-se de que a mudança gradual é muitas vezes mais sustentável e eficaz do que mudanças radicais. Além disso, buscar o apoio de um profissional de saúde ou nutricionista pode ser um passo importante para garantir que suas escolhas alimentares estejam alinhadas com seus objetivos de saúde a longo prazo.
Em última análise, a mudança de comportamento alimentar não se trata apenas de melhorar a dieta, mas também de transformar sua relação com a comida e, por extensão, com a sua saúde e bem-estar promovendo qualidade de vida ao indivíduo.
REFERÊNCIAS
CATÃO, Larissa Gomes; TAVARES, Renata Leite. Técnicas de nutrição comportamental no tratamento dos transtornos alimentares. Revista Campo do Saber , v. 1, 2020.
CARNEIRO, Isabela Rezende; DA SILVA, Priscilla Ramos Mortate. Contribuições da psicologia em um grupo de emagrecimento e reeducação alimentar: um relato de experiência. REVISTA CIENTÍFICA DA ESCOLA ESTADUAL DE SAÚDE PÚBLICA DE GOIÁS” CÂNDIDO SANTIAGO”, v. 5, n. 2, p. 36-50, 2019.
COSTA, Luís Henrique da Silva, COSTA, Joelma Rodrigues da Silva. Transtornos alimentares: Um diálogo entre Nutrição comportamental e o Behaviorismo Radical. In: I Congresso Brasileiro de Pesquisa e Educação em Saúde On-line, IV, Fortaleza. Anais [..], Fortaleza; Editora: IME, 2022. P.46.
LUZ, Cássia Regina de Aguiar Nery; SALOMON, Ana Lúcia Ribeiro; FORTES, Renata Costa. Efeitos da Educação Alimentar e Nutricional sobre qualidade da dieta e comportamento alimentar de idosos. Comunicação em Ciências da Saúde, 2021.
PEREIRA, Tamires Railane; MOREIRA, Breno; NUNES, Renato Moreira. A importância da educação alimentar e nutricional para alunos de séries iniciais. Lynx, v. 1, n. 1, 2020.
PINHEIRO-CAROZZO, Nádia Prazeres; DE OLIVEIRA, Jena Hanay Araújo. Práticas alimentares parentais: a percepção de crianças sobre as estratégias educativas utilizadas no condicionamento do comportamento alimentar. Revista Psicologia , v. 1, pág. 187-209, 2017.
RAMOS, Maurem; MUZA, Letícia Souza. Educação alimentar e nutricional: experiências acadêmicas. 2019.
SANTOS, Paula Silva et al. Educação Alimentar e Nutricional sob uma ótica da promoção de práticas alimentares saudáveis com adolescentes: um relato de experiência. Revista de Saúde Coletiva da UEFS, v. 9, p. 101-106, 2019.
SILVA, ANTONIO CARLOS BARBOSA. Debates sobre culturas alimentares: conversas em torno da cultura alimentar brasileira. RELACult-Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, v. 4, n. 3, 2018.
VARGAS, Ana Júlia; DE SOUZA PESSOA, Letícia; DA ROSA, Roseane Leandra. Jejum intermitente e dieta low carb na composição corporal e no comportamento alimentar de mulheres praticantes de atividade física. Revista brasileira de nutrição esportiva , v. 72, pág. 483-490, 2018.
ZORZO, Larissa. Importância da Psicologia e Nutrição Aliadas no Comportamento Alimentar do Paciente. 2020.
Autores:
Luís Henrique da Silva Costa
Psicólogo, Pós-graduado em Tanatologia pela Faculdade UNIBF, Pós-graduado em Saúde Pública com Ênfase na Saúde da Família pela Faculdade UNOPAR, Atende na área clínica, Paço do Lumia, Maranhão, Brasil
Joelma Rodrigues da Silva Costa
Graduanda em Nutrição pela Faculdade Instituto de Ensino Superior Franciscano -IESF, Paço do Lumiar, Maranhão, Brasil
Marina Rudio Zanetti
Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário do Espírito Santo-UNESC, Colatina, Espírito Santo, Brasil
Gabriela Fernanda Machado
Graduanda em Psicologia pela Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG