Em 20 de março de 2021, analistas do comportamento ao redor do mundo comemoraram o primeiro “Dia Mundial da Análise do Comportamento”. Essa data festiva foi estabelecida pela ABAI, a Associação de Análise do Comportamento Internacional, em homenagem ao aniversário de B.F. Skinner, psicólogo, behaviorista, autor e inventor americano, cujas contribuições revolucionaram a compreensão da motivação e do comportamento.
Embora a designação de um dia dedicado à análise do comportamento não seja, em si, motivo de celebração, a intenção de promover um evento global é fomentar a partilha de conhecimento acerca da ciência do comportamento.
A análise do comportamento abrange um vasto e diversificado campo de estudo científico, que inclui análises teóricas e conceituais do comportamento, estudos básicos e experimentais e diversas áreas de aplicação prática.
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi um psicólogo norte-americano que, seguindo os passos do behaviorismo de J. B. Watson, desenvolveu, na década de 40, o Behaviorismo Radical, apresentando uma abordagem filosófica sobre o comportamento humano.
Nascido em Susquehanna, Pensilvânia, Estados Unidos, em 20 de março de 1904, Skinner, filho de um advogado e de uma dona de casa, demonstrou desde cedo interesse pelo comportamento animal.
Ingressou no Hamilton College em Nova Iorque com o objetivo de se tornar escritor, concluindo, em 1926, a graduação em Literatura Inglesa e Línguas Românicas. Após dois anos dedicados à escrita, percebeu a falta de habilidades literárias necessárias.
Em 1928, Skinner matriculou-se no programa de pós-graduação em Psicologia na Universidade de Harvard, embora nunca tivesse estudado psicologia anteriormente. Obteve o mestrado em 1930 e o doutorado em 1931, permanecendo na universidade como pesquisador até 1936.
Neste mesmo ano, casou-se com Yvonne Blue, com quem teve dois filhos. Em 1936, iniciou suas atividades como professor na Universidade de Minnesota, onde permaneceu por nove anos. Entre 1945 e 1947, lecionou na Universidade de Indiana, tornando-se presidente do Departamento de Psicologia. Em 1948, retornou para Harvard como professor titular.
Inspirado pela teoria dos reflexos condicionados de Pavlov e pelo estudo do comportamento de John B. Watson, Skinner acreditava na possibilidade de explicar o comportamento humano como um conjunto de respostas fisiológicas condicionadas.
Seu foco de estudo direcionou-se às potencialidades do controle científico do comportamento por meio de técnicas de reforço, visando estimular comportamentos desejáveis. Para ele, a aprendizagem concentra-se na capacidade de incentivar ou inibir comportamentos, sejam eles desejáveis ou indesejáveis.
O encontro de Skinner com o Behaviorismo de Watson culminou no desenvolvimento de sua própria abordagem, o “Behaviorismo Radical”, que se opunha às explicações baseadas em causas internas (mentais) para o comportamento humano, negando a existência e a influência de elementos cognitivos, em contraposição à visão de Watson. Para Skinner, o indivíduo era um ser singular, homogêneo, e não uma entidade composta de corpo e mente.
Burrhus Frederic Skinner produziu diversas obras e centenas de artigos sobre teoria do comportamento, reforço e teoria da aprendizagem.
Sua postura radical ao rejeitar a maioria das teorias psicológicas gerou diversas controvérsias em seu país, sendo sua principal crítica direcionada ao pensamento de Sigmund Freud.
Skinner considerava a análise dos motivos inconscientes dos seres humanos como uma atividade improdutiva, defendendo que o foco de investigação deveria ser exclusivamente o comportamento. As teorias acerca de impulsos internos, como o Id, Ego e Superego, eram vistas por ele como absurdas.
Burrhus Frederic Skinner faleceu em Cambridge, Massachusetts, em 18 de agosto de 1990.