Há dores que atravessam a alma como lâminas silenciosas. Elas não pedem licença, não avisam, apenas chegam cortando, rompendo, desestruturando tudo o que parecia sólido. No instante em que a dor se instala, parece que o mundo desaba junto. E talvez, por um momento, ele realmente desabe.
Mas é nesse abismo que a verdade se revela.
A dor não veio para destruir ela veio para mostrar do que sou feito.
Cada cicatriz que carrego é uma história que resisti. Cada lágrima caída é prova de que lutei, mesmo quando ninguém via. E ainda que por dentro eu tenha me sentido fraco, despedaçado, vazio… aqui estou.
De pé.
Mais inteiro do que nunca.
A dor me forjou.
Me moldou no fogo das perdas, das decepções, das batalhas internas que travo em silêncio. E foi exatamente nesse calor inclemente que descobri que não sou de vidro, sou de aço.
Hoje, não busco mais uma vida sem dor.
Busco sentido, mesmo na dor.
Pois compreendi que a ferida também é mestra.
E que algumas verdades só se revelam quando tudo dentro de nós parece prestes a ruir.
A dor que me fez inquebrável não foi apenas uma prova foi a ponte entre quem eu era e quem eu precisava ser